Chegamos
a Tiradentes.
Nem sempre se chamou a sim. E Joaquim José também não nasceu aqui, mas sim em um distrito próximo. Antes era Vila de S. José, entre outros nomes. Também passou pelo ciclo do ouro – e como foi rica. O ouro nestas bandas era de superfície e fácil de ser extraído. E foi muito rica, depois caiu no esquecimento. Passou muito tempo esquecida até que voltou ao cenário tornando-se um polo gastronômico e de compras.
Nem sempre se chamou a sim. E Joaquim José também não nasceu aqui, mas sim em um distrito próximo. Antes era Vila de S. José, entre outros nomes. Também passou pelo ciclo do ouro – e como foi rica. O ouro nestas bandas era de superfície e fácil de ser extraído. E foi muito rica, depois caiu no esquecimento. Passou muito tempo esquecida até que voltou ao cenário tornando-se um polo gastronômico e de compras.
É
uma cidade pequena, porém charmosa e simpática. Aqui chegando fomos ao
escritório de turismo onde pegamos todas as informações necessárias. Como era
segunda-feira, muita coisa estava fechada. O centro histórico se compõe do
Largo das Forras e algumas ruas onde se espalham as lojas e restaurantes e
alguns hotéis. Muitos restaurantes só abrem a partir de quarta-feira.
Nos hospedamos na Pousada D. Quixote, que fica próxima ao Centro Histórico, mas não exatamente nele. É um prédio grande e novo, com visual mais moderno, destoando do resto da cidade, embora seja decorado em estilo colonial mineiro.
Ali nos deram todas as informações a respeito do que fazer, complementadas por mais informações que pegamos na Secretaria de Turismo.
Já
caminhamos pelas ruas, sentimos um pouco do “astral” da cidade. Por todo lado
sente-se aquele ar de coisa antiga preservada... o chão é de pedra, irregular,
ladeiras. Casas antigas bem conservadas.
O estilo colonial predomina, misturado com o barroco mineiro. Já não se vê sobrados como em Ouro Preto – as casas são de um só piso, sem tantas varandas.
O estilo colonial predomina, misturado com o barroco mineiro. Já não se vê sobrados como em Ouro Preto – as casas são de um só piso, sem tantas varandas.
Optamos por jantar no restaurante “Atrás da Matriz” – onde degustamos uma deliciosa truta. Não tínhamos muitas opções, mas essa foi acertada.
Definimos
que iríamos começar nosso “tour” na manha do dia seguinte com um passeio
chamado “Becos e bosques” montado por uma agencia local, no qual um guia nos
levaria por becos e bosques contando toda a história da cidade, desde o seu
auge no ciclo aurífero, passando pela Inconfidência, até os dias atuais.
Foi uma “bola dentro”. Em tempos de baixa estação, o tour era “privê”, e lá fomos nós com nosso guia. Andamos por toda a cidade, no nosso ritmo, e ficamos conhecendo toda a história de Tiradentes.
Foi uma “bola dentro”. Em tempos de baixa estação, o tour era “privê”, e lá fomos nós com nosso guia. Andamos por toda a cidade, no nosso ritmo, e ficamos conhecendo toda a história de Tiradentes.
Batemos fotos, perguntamos, vimos
locais pitorescos e definimos o que iríamos ver depois.
Passamos pelo Chafariz
de S. José, com seus 3 lados – onde as lavadeiras lavavam roupas, onde os
cavalos bebiam água e onde as pessoas bebiam água.
Ao lado, a subida para o
Bosque Mãe d`Água, de onde é possível iniciar uma caminhada e onde se vê muita
mata nativa.
Passamos pelas principais igrejas da cidade, cada uma com sua
história – a Matriz de Sto. Antonio, com 450 kg de ouro,
Andamos pelos becos, por onde os escravos andavam, pois não
podiam andar pelas ruas normais da cidade. Aprendemos o significado de algumas
expressões usadas hoje em dia, como por exemplo, “lavar a égua”, que era o
escravo que lavava a égua que trazia as pepitas de ouro escondidas no pelo e se
dava bem por isso, “nas coxas”, os escravos moldavam as telhas das coxas, e
outras mais...
Almoçamos
no restaurante “Ora pro nobis” e comemos um delicioso leitão a pururuca acompanhado de quitutes da culinária mineira,
inclusive a folha ora pro nobis, que parece um espinafre, e servia de alimento
dos escravos.
Depois
disso, fui às compras de algumas coisinhas para casa e à noite, como ainda
estávamos cheios de tanto leitão, fomos de sopinha mesmo.
Alguns
passeios típicos da cidade, como o trenzinho até S. João d’el Rey, o passeio de
charrete ou de van pela cidade à noite, só acontecem aos fins de semana, e
estávamos em plena terça-feira.
Só
conseguimos entrar na Matriz – a igreja, embora precise de uma restauração e
limpeza das esculturas douradas, é ricamente decorada com esculturas em madeira
e douradas ou policromadas. Muito linda. Um contraste e antagonismo com a
pregação da Igreja em favor dos pobres. Mas retrata muito bem a cultura de
então! As demais igrejas estavam fechadas, ou em reforma.
A
cidade tem muitas lojinhas de artesanato em madeira, ferro batido, pedra sabão,
todas explorando o artesanato mineiro. Os preços são aceitáveis e pode-se
barganhar.
Nos
últimos anos Tiradentes ganhou destaque como polo de gastronomia e, em agosto,
há um festival gastronômico. Há vários restaurantes estrelados e premiados por
guias. E também bem caros!!! Até incompatíveis com o padrão local. A cidade
também tem vários eventos ao longo do ano com encontro de motos, festival de
cinema etc...
Atrações
em Tiradentes:
1.
Circular pelas
ruas históricas:
a.
Chafariz de S.
José
b.
Igreja N Sra
Rosario
c.
Igreja N Sra
Merces (fechada p/ reforma)
d.
Matriz Sto
Antonio
e.
Rua Direita e Rua
da Camara – lojinhas de artesanato
f. Largo das forras – praça central
g.
Casa da Camara
h.
Museu de Padre
Toledo (Inconfidentes)
2.
Passeio pela
Estrada Real até o distrito de Bichinho
3.
Serra de S. José
- caminhadas
4.
Bosque Mae D’água
5.
Passeio de
Charrete; passeio de Maria Fumaça até S. João; Passeio de jardineira
Em
vários pontos há estátuas de Tiradentes,
uma delas até irreconhecível para nós que sempre temos a ideia dele naquela
longa bata branca com longos cabelos e barba.
A estátua é dos seus tempos de alferes – com a farda. Joaquim José era de família abastada e possuía terras e escravos. Devido às suas idas ao RJ havia tido contato com as novas ideias de liberdade e iluminismo vindas da Europa, daí sua participação no movimento dos Inconfidentes. Enquanto seus companheiros nunca confessaram sua participação, por isso não terem sido executados, e sim deportados, Tiradentes foi o único que assumiu sua culpa e por isso foi punido exemplarmente – enforcado no RJ, esquartejado, e partes do seu corpo espalhadas pelas cidades de MG para servir de exemplo. Acho que pouco se sabe e pouco se valoriza nosso herói da Inconfidência Mineira.
A estátua é dos seus tempos de alferes – com a farda. Joaquim José era de família abastada e possuía terras e escravos. Devido às suas idas ao RJ havia tido contato com as novas ideias de liberdade e iluminismo vindas da Europa, daí sua participação no movimento dos Inconfidentes. Enquanto seus companheiros nunca confessaram sua participação, por isso não terem sido executados, e sim deportados, Tiradentes foi o único que assumiu sua culpa e por isso foi punido exemplarmente – enforcado no RJ, esquartejado, e partes do seu corpo espalhadas pelas cidades de MG para servir de exemplo. Acho que pouco se sabe e pouco se valoriza nosso herói da Inconfidência Mineira.
Bom,
viajar também é cultura.... e assim se foi mais um capítulo das nossas
incursões pelas Terras brasilis.
Até
a próxima!
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